mágoa. está para lá da tristeza, da solidão, do desejo de lutar pelo que já se perdeu, da raiva de não ter o que mais se queria, da pena de ter deixado fugir um grande amor por ser demasiado grande. primeiro grita-se, barafusta-se, soluça-se em catadupadas, fazem-se esperas, mandam-se flores, livros sublinhados, sente-se aos solavancos e come-se sem mastigar, num torpor raivoso e revoltado. a vida vai mais depressa do que nós, passa-nos por cima e os dias comem-se uns aos outros. só queremos que o tempo corra para nos apaziguar a dor e acalmar os papos nos olhos. depois é o pós-guerra. limpam-se os destroços, enterram-se os mortos, tratam-se os feridos que são as nossas feridas, feitas de saudades, desencontros, palavras infelizes e atitudes insensatas, medos, frustrações e tudo o que não dissemos.
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(L') - te léxy
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