« como é que se esquece alguém? como é que se apaga a memória dos sentidos? como é que se lava a alma e se limpa o coração? »

porque tudo tem um fim e nosso chegou. pensei que a ausência diminuisse todas as paixões mas, enganei-me. a ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, assim como o vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras. sabes, eu nunca amarei ninguém como te amo a ti. nunca.. tu serás sempre aquele que eu gosto de conhecer e de perceber. tu conseguias pôr-me o coração a cantar. há em ti uma tranquilidade que me acalma, me apazigua e me ajuda a afastar os meus fantasmas. e agora? como irei eu voltar a sentir tudo o que me fazias sentir? sei que serás sempre uma pessoa especial para mim, mesmo que nunca mais nos víssemos, mesmo que a vida não nos voltasse a juntar. tu irás permanecer SEMPRE no meu coração, mesmo que por vezes escondido. quando me perguntas 'não tens saudades de ser livre e seguir o teu coração ?' tenho. mas eu ainda te sinto cá dentro, como se nunca tivesses saído do meu sangue. se calhar sou doida! sofro da mais antiga enfermidade do ser humano e que ainda nenhum cientista se lembrou de diagnosticar, estudar e classificar como uma patologia: não sei viver sem amor. o amor abre o coração, desprotege o espírito, acorda o corpo e aquece a alma. então, sem ele, como conseguiremos viver?! sinceramente, eu era melhor do que pensava; mais forte do que julgava ser. tenho-me aguentado melhor sem ti do que imaginei e consegui tomar uma atitude, uma decisão! consegui seguir em frente, pela primeira vez, sem ti. e no fundo nao custou tanto quanto eu pensei que custasse. o pior veio depois. e sabes o que custa mais? dizer o que não se sente. agora penso que devia ter ficado quieta mais vezes. que devia ter respeitado o teu silêncio e o teu espaço; que devia deixar-te em paz em vez de te pedir o mundo. porque iria sempre amar-te, estivesses ou não ao meu lado; porque fazes parte de mim, mesmo sem saber se és a primeira ou a última peça do meu dominó. agora aprendi que temos de aceitar que o que é importante para nós pode não ser importante para eles, aceitar o que é possível enquanto sonhamos com o impossível. porque eu nunca nunca vou encontrar um rapaz melhor. mas o fim chega sempre e o nosso fim chegou.

ines filipa ,
23-02-10